Estou procurando, estou procurando. Estou tentando me entender. Tentando dar a alguém o que vivi...mas não quero ficar com o que vivi. Não sei o que fazer do que vivi, tenho medo dessa desorganização profunda.
(Clarice Lispector)Acho que deve ser comum às mulheres a desorganização, mas acontece que a minha é realmente muito desorganizada. É fato, agimos no presente a partir das experiências que tivemos no passado, mas as minhas vivências foram um tanto quanto desorientadas e sacrificantes, portanto hoje, a única coisa que sei é que não quero viver na desorientação, nem por mais um minuto. Quero sim as turbulências saudáveis, as aventuras de fermento e um toque de pimenta na vida pra dar um ar mais interessante, mas não mais sacrificar a felicidade, nem qualquer coisa que me faça ser sombra, que me faça vegetar, que me sacuda e em seguida me jogue no chão.
Acredito que nós, mulheres, temos a necessidade de oferecer...oferecer o tempo todo, na verdade nós nos oferecemos aos outros da forma mais sincera possível, o que é relativamente bom, mas de repente em algum momento perde-se o chão, pois penso que eu algum momento dessas nossas entregas, as entregas passadas tentam ultrapassar as barreiras do esquecimento e voltam todas, nos mostrando como foi da última vez. E o que fazemos? NADA – Nós sabemos que não queremos lembranças e muito menos repetir a dose desse coquetel destruidor. – Mas o fato de não fazer nada é quase enlouquecedor. Ao menos pra mim é terrível. Me bate um desespero, uma vontade de passar o resto dos dias embaixo de um cobertor esperando o monstrinho ir embora!
Queria ter um botãozinho DELETE, e num toque apagar tudo o que temo, (pra não lembrar que temo) e aí, poder me entregar ao "desconhecido" sem restrições, e sem bases, sem nenhum critério, sem medo dos sacrifícios, pois não os conheceria.
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